DEFINIÇÃO
Em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação
do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em
um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças
de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais
como tempo e espaço geográfico.
1- Linguagem
É a capacidade que possuímos de
expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A Linguagem está
relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos
usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais
como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais
(linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico,
a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem
os indivíduos para comunicar-se.
Tipos de Linguagem
A linguagem pode ser:
Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para
comunicar algo.
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As figuras acima nos comunicam sua mensagem através
da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a informação).
Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação,
que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e
sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um
gesto, etc.
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Essas figuras fazem uso apenas de imagens para
comunicar o que representam.
Língua
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras
gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir
enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por
exemplo:
falantes da língua
portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de
pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar
por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma
língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada
indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a
fala. A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da
língua, mas é suficientemente ampla para permitir um exercício criativo da
comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira:
A família de Regina
era paupérrima.
Outro, no entanto, pode optar por:
A família de Regina
era muito pobre.
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas
manifestações da fala de cada um. Note, além disso, que essas manifestações
devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para não correrem o risco
de produzir enunciados incompreensíveis como:
Família a paupérrima de era Regina.
Língua Falada e Língua Escrita
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois
meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de
uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo
tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua
escrita não é
apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e
rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz
do falante.
No
Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos
diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a
diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da
região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no
uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre
a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um
cidadão do interior do estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e
a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os
diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia
de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos,
não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma
solenidade de formatura.
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas
formas de língua chamadas línguas técnicas.
Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao
intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito
e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
Fatores naturais: o uso da língua pelos
falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança
não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem
infantil e linguagem adulta.
Fala
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um
ato individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode escolher
os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua necessidade, de
acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural
em que vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande
diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada indivíduo,
além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por
isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de
cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a
nossa.
Níveis da fala
Devido ao caráter individual da fala, é possível
observar alguns níveis:
Nível coloquial-popular: é a fala que a
maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações
informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utiizá-lo, não nos
preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais
estabelecidas pela língua.
Nível formal-culto: é o nível da fala
normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por um
cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
estabelecidas pela língua.
Signo
O signo linguístico é um elemento
representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante.
Ao escutar a palavra cachorro, reconhecemos a sequência de sons que
formam essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrança deles que está
em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real imagem sonora, armazenada
em nosso cérebro que é o significante do signo cachorro.
Quando escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro
patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente é o significado do
signo cachorro e também se encontra armazenado em nossa
memória.
Ao empregar os signos que formam a nossa língua,
devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua.
Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido um diante
do signocachorro, formando a sequência um cachorro, o mesmo
não seria possível se quiséssemos colocar o artigouma diante do
signo cachorro. A sequência uma cachorro contraria
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença
seja rejeitada. Os signos que constituem a língua obedecem a padrões
determinados de organização. O conhecimento de uma língua engloba tanto a
identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras
combinatórias.
signo = significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo
signo, a parte abstrata do signo) + significante (é a imagem sonora, a forma,
a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas)
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Língua: conjunto de sinais baseado
em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Signo: elemento representativo que
possui duas partes indissolúveis: significado e significante.
Fala: uso individual da língua,
aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e
compreensão.
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2- Significação das Palavras
Quanto à significação, as palavras
são divididas nas seguintes categorias:
Sinônimos
As palavras que possuem
significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos:
casa - lar - moradia - residência
longe - distante delicioso - saboroso carro - automóvel
Observe que o sentido dessas
palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente
encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a
mesma coisa que outra.
Há uma pequena diferença de
significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam
sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase:
Comprei um novo lar.
Obs.: o uso de palavras sinônimas
pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que
inter-relacionam as partes dos textos.
Antônimos
São palavras que possuem
significados opostos, contrários. Exemplos:
mal / bem
ausência / presença fraco / forte claro / escuro subir / descer cheio / vazio possível / impossível
Polissemia
Polissemia é a propriedade que uma
mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos
contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:
cabo (posto militar, acidente
geográfico, cabo da vassoura, da faca)
banco (instituição comercial financeira, assento) manga (parte da roupa, fruta) |
Homônimos
São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma
grafia), mas significados diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo:
Homônimos Perfeitos
Possuem a mesma grafia e o mesmo som.
Por Exemplo:
Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = verbo)
Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio de
tempo)
Atenção:
Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita
(grafia), mas a pronúncia e o significado são sempre diferentes. Essas
palavras são chamadas de homógrafas e são uma subclasse dos
homônimos.Observe os exemplos:
almoço (substantivo, nome
da refeição)
almoço (forma do verbo almoçar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo) gosto (substantivo) gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo) |
Parônimos
É a relação que se estabelece entre palavras que
possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na
escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo.
absolver (perdoar, inocentar)
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absorver (aspirar, sorver)
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apóstrofe (figura de linguagem)
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apóstrofo (sinal gráfico)
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aprender (tomar conhecimento)
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apreender (capturar, assimilar)
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arrear (pôr arreios)
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arriar (descer, cair)
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ascensão (subida)
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assunção (elevação a um cargo)
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bebedor (aquele que bebe)
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bebedouro (local onde se bebe)
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cavaleiro (que cavalga)
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cavalheiro (homem gentil)
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comprimento (extensão)
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cumprimento (saudação)
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deferir (atender)
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diferir (distinguir-se, divergir)
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delatar (denunciar)
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dilatar (alargar)
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descrição (ato de descrever)
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discrição (reserva, prudência)
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descriminar (tirar a culpa)
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discriminar (distinguir)
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despensa (local onde se guardam mantimentos)
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dispensa (ato de dispensar)
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docente (relativo a professores)
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discente (relativo a alunos)
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emigrar (deixar um país)
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imigrar (entrar num país)
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eminência (elevado)
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iminência (qualidade do que está iminente)
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eminente (elevado)
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iminente (prestes a ocorrer)
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esbaforido (ofegante, apressado)
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espavorido (apavorado)
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estada (permanência em um lugar)
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estadia (permanência temporária em um lugar)
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flagrante (evidente)
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fragrante (perfumado)
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fluir (transcorrer, decorrer)
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fruir (desfrutar)
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fusível (aquilo que funde)
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fuzil (arma de fogo)
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imergir (afundar)
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emergir (vir à tona)
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inflação (alta dos preços)
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infração (violação)
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infligir (aplicar pena)
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infringir (violar, desrespeitar)
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mandado (ordem judicial)
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mandato (procuração)
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peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos)
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pião (tipo de brinquedo)
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precedente (que vem antes)
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procedente (proveniente; que tem fundamento)
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ratificar (confirmar)
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retificar (corrigir)
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recrear (divertir)
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recriar (criar novamente)
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soar (produzir som)
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suar (transpirar)
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sortir (abastecer, misturar)
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surtir (produzir efeito)
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sustar (suspender)
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suster (sustentar)
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tráfego (trânsito)
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tráfico (comércio ilegal)
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vadear (atravessar a vau)
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vadiar (andar ociosamente)
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