sábado, 16 de maio de 2015

A HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE



 

Etimologia

O nome do país deriva da ilha com o mesmo nome - Ilha de Moçambique. Esta ilha da província de Nampula, localizada no norte do país, foi descoberta por Vasco da Gama em 1498.
Foi considerada pela UNESCO, em 1991, Patrimonio Mundial da Humanidade. A ilha pode ainda ser considerada como o berço da unidade territorial que constitui atualmente a nação moçambicana.
O nome da ilha e do país deriva de um dos primeiros mercadores árabes, anterior à conquista portuguesa, Mussa-bin-Mbiki, que em português soa “Moçambique”.
No entanto, as "crianças guias" na Ilha de Moçambique, contam aos turistas que o nome Moçambique surgiu do nome de três meninos que Vasco da Gama encontrou a pescar na Ilha.

Chegada:
Os primeiros habitantes de Moçambique eram caçadores e coletores, ancestrais de povos Khoisani. Entre o primeiro e quarto século DC, povos falantes da língua Bantu migraram do norte através do vale do Rio Zambeze passando gradualmente para os planaltos e as áreas costeiras. Os Bantu eram agricultores e ferreiros.
Os Portugueses chegaram à costa oriental de África no início do século 16, desalojando governantes Árabes de muitas das vilas. Eles estabeleceram feitorias ao longo da faixa costeira. Após tentativas falhadas para penetrar no interior (particularmente para controlar as minas de ouro e prata no que é hoje o Zimbabwe), eles fizeram um esforço concertado para conquistar o interior nos finais do século 19. Em 1914 os Portugueses conseguiram a “ocupação efetiva” requerida pelas autoridades Europeias em 1885 na Conferência de Berlim para justificar os direitos de império.
Em contraste com as políticas das outras autoridades coloniais em África depois de 1945, a ditadura de Salazar em Portugal (1932-1968) estava determinada a continuar nas colónias do País. A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) formada em 1962 dirigiu a luta pela independência. Seguido ao golpe militar em Portugal em 1974, foi estabelecido um Governo de Transição Portugueses/Frelimo, e em 1975 o País tornou-se independente tendo a Frelimo assumido o poder, e seu lider, Samora Machel, tornou-se o primeiro presidente.
Inicialmente, a Frelimo seguia as políticas Marxista-Leninista, e foi violentamente combatida pela Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), movimento formado em 1976/7 sob a direção Rodesiana. Quando o regime minoritário da Rodésia foi retirado do poder, a Renamo passou a ser apoiada pela África do Sul, como parte da estratégia para aniquilar as políticas e economias de governos negros “estados da linha da frente” nas suas fronteiras.
O cansaço da Guerra e mudanças políticas na África do Sul e Moçambique – incluindo a mudança da FRELIMO da doutrina Marxista-Leninista – ajudou a trazer o acordo de paz, assinado em Roma entre a FRELIMO e a Renamo em 1992. O fim da Guerra civil, facilitada pelos Moçambicanos e pela comunidade internacional, é considerada como um dos maiores exemplos de sucesso de resolução de conflito em África.

Independência:
A Guerra da Independência de Moçambique, também conhecida (em Moçambique) como Luta Armada de Libertação Nacional, bem como Guerra Colonial Portuguesa foi um conflito armado entre as forças da guerrilha da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e as Forças Armadas de Portugal. Oficialmente, a guerra teve início a 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito (atualmente província) de Cabo Delgado, e terminou com um cessar-fogo a 8 de Setembro de 1974, resultando numa independência negociada em 1975.
Ao longo dos seus quatro séculos de presença em território africano, a primeira vez que Portugal teve que enfrentar guerras de independência, e forças de guerrilha, foi em 1961, na Guerra de Independência de Angola. Em Moçambique, o conflito começou em 1964, resultado da frustração e agitação entre os cidadãos moçambicanos, contra a forma de administração estrangeira, que defendia os interesses econômicos portugueses na região. Muitos moçambicanos ressentiam-se das políticas portuguesas em relação aos nativos. Influenciados pelos movimentos de autodeterminação africanos do pós-guerra, muitos moçambicanos tornaram-se, progressivamente, nacionalistas e, de forma crescente, frustrados pelo contínuo servilismo da sua nação às regras exteriores. Por outro lado, aqueles moçambicanos mais cultos, e integrados no sistema social português implementado em Moçambique, em particular os que viviam nos centros urbanos, reagiram negativamente à vontade, cada vez maior, de independência. Os portugueses estabelecidos no território, que incluíam a maior parte das autoridades, responderam com um incremento da presença militar e com um aumento de projetos de desenvolvimento.
Um exílio em massa de políticos da intelligentsia de Moçambique para países vizinhos providenciou-lhes um ambiente ideal no qual radicais moçambicanos podiam planear ações, e criar agitação política, no seu país de origem. A criação da organização de guerrilha moçambicana FRELIMO e o apoio da União Soviética, China e Cuba, por meio do fornecimento de armamento e de instrutores, levaram ao surgimento da violência que continuaria por mais uma década.
Do ponto de vista militar, o contingente militar português foi sempre superior durante todo o conflito contra as forças de guerrilha. Embora em desvantagem, as forças da FRELIMO saíram vitoriosas, após a Revolução dos Cravos em Lisboa, a 25 de Abril de 1974, que acabou com o regime ditatorial em Portugal. Moçambique acabaria por obter a sua independência em 25 de Junho de 1975, após mais de 400 anos de presença portuguesa nesta região de África. De acordo com alguns historiadores da Revolução Portuguesa do 25 de Abril, este golpe de Estado militar foi impulsionado principalmente pelo esforço de guerra e impasses políticos nos diversos territórios ultramarinos de Portugal, pelo desgaste do regime então vigente e pela pressão internacional.


Capital: Maputo
Maputo (até 1976 Lourenço Marques) é a capital e a maior cidade de Moçambique. É também o principal centro financeiro, corporativo e mercantil do país. Localiza-se na margem ocidental da Baía de Maputo, no extremo sul do país, perto da fronteira com a África do Sul e, da fronteira com a Suazilândia e, por conseguinte, da tripla fronteira dos três países. Até 13 de março de 1976 a cidade era denominada "Lourenço Marques" em homenagem ao explorador português homônimo.
A cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem também, desde 1980, o estatuto de província.  Não deve ser confundida com a província de Maputo que ocupa a parte mais meridional do território moçambicano, excetuando a cidade de Maputo.
O município tem uma área de 346,77 km e uma população de 1 094 315 (Censo de 2007) o que representa um aumento de 13,2% em dez anos. A sua área metropolitana, que inclui o município da Matola, tem uma população de 1 766 823 habitantes (Censo 2007).
Foi fundada em 1782, na forma de uma feitoria com o nome de Lourenço Marques. Em 1877 foi elevada a vila e em 10 de Novembro de 1887 a cidade, por meio de um Decreto do Rei de Portugal (formalmente intitulado Decreto Régio). Deste modo, esta última data é o "feriado municipal". E em 1898 tornou-se a capital da colónia portuguesa de Moçambique. A partir dos anos 1940 e 50, do século XX, e, sobretudo ao longo dos anos 1960 e 70, a cidade expandiu-se comercial, industrial e residencialmente, beneficiando do crescimento económico e investimento que a colónia então sofreu.
A cidade passou a designar-se Maputo depois da independência nacional, uma decisão anunciada pelo então presidente Samora Machel num comício a 3 de Fevereiro de 1976 e formalizada em 13 de Março. O nome provém do Rio Maputo, que marca parte da fronteira sul do país e que, durante a guerra pela independência de Moçambique, adquirira grande ressonância através do slogan "Viva Moçambique unido do Rovuma ao Maputo" (o Rovuma é o rio que forma a fronteira com a Tanzânia, a norte). Com a independência, a cidade sofreu um imenso afluxo populacional, devido à guerra civil travada no interior do país (1976-1992) e à falta de infraestruturas nas zonas rurais. O natural crescimento demográfico faria também com que a cidade se transformasse muito ao longo dos anos 1980 e 90.
Para além destas duas designações, a cidade e a sua área também foram conhecidas por outros nomes, tais como Baía da Lagoa, Xilunguíne ou Chilunguíne (local onde se fala a língua portuguesa), Mafumo, Camfumo ouCampfumo (do clã dos M'pfumo, o reino mais importante que existia nesta região), Delagoa e Delagoa Bay, sendo esta designação mais conhecida internacionalmente pelo menos até aos primeiros anos do século XX.
Entre 1980 e 1988 a cidade de Maputo incluiu a cidade da Matola, formando o Grande Maputo, com uma área de 633 km². 
A partir de 2010, o distrito municipal nº 1 foi nomeado KaM'pfumo, celebrando assim aquele nome histórico.

Grupos étnicos:
Os principais grupos são os Macua no norte do país, os Sena e os Ndau que ocupam grande parte do vale do Zambeze e os Changana no sul.
Os povos que habitam atualmente Moçambique são incluídos no grande grupo dos Bantu, que povoa quase toda a África a Sul do Sahara. Dentro deste grupo há muitas subdivisões, ou etnias. Vejamos algumas noções elementares das principais etnias de Moçambique, divididas, segundo muitos autores, em mais de oitenta subgrupos.

A Norte do Zambeze 
A partir do Rovuma, e da costa para o interior, situam-se quatro etnias que ofereceram grande resistência à penetração colonial:

Os Suahilis 
ocupam, antes do mais, as feitorias costeiras entre Quionga e Quelimane, se bem que encontremos igualmente pequenas colónias muito mais a Sul. A sua importância na história de Moçambique deve-se, antes de tudo, à sua religião (Islamismo militante), às suas funções comerciais (no essencial o tráfico de escravos) e às suas alianças internacionais. Os Xeques Suahilis, navegantes e negreiros, têm em Moçambique um papel ambíguo - destruidores dos seus vizinhos africanos mas, igualmente, seus protetores perante a pressão portuguesa. Como sultões de Angoche, estiveram entre os mais determinados adversários da conquista.

Os Macuas-Lomués 
constituem a mais numerosa etnia de Moçambique (3.000.000 em 1970), mas também a menos conhecida, a mais dividida e, provavelmente, a mais difícil de avaliar no plano da resistência. Inúmeros regulados, parcialmente Islamizados (principalmente os Macuas costeiros), deram simultaneamente aos Suahilis e aos Portugueses, escravos, mercenários e inimigos. Esses agricultores sem estados mostraram ser inimigos difíceis para os que queriam forçá-los. O termo “Macua” tinha frequentemente um certo significado de desprezo. Com efeito na linguagem corrente, M’ Makhuwa significa aquele que é selvagem, aquele que come ratos, aquele que anda nu. M’ Makhwa significa também aquele que vem do interior do país.

Os Macondes
No seu planalto a Sul do Rovuma, são a própria imagem da recusa da colonização. Esses guerreiros intransigentes (foi no seu território que a conquista terminou), numericamente reduzidos (175.000 em 1970) são, na realidade, agricultores alérgicos a toda e qualquer forma de autoridade e de influência estrangeira.


Os Ajauas 
 (entre 100 a 200 mil em 1970), a Oeste do Lugenda, são principalmente agricultores e artífices que os lucros do tráfico de escravos transformaram num verdadeiro flagelo para os seus vizinhos de Oeste e do Sul. Estavam em contacto comercial com os Suahilis e adoptaram o Islão mais ou menos autêntico. Os regulados Ajauas viriam a ser dos mais hostis à influência da administração portuguesa e, depois, da Companhia do Niassa.

Estas quatro etnias do Norte têm poucas coisas em comum para além de terem oferecido a mais multiforme e mais longa resistência à colonização portuguesa em Moçambique.

Além destas quatro etnias, o Norte de Moçambique tem ainda: 
um ramo do grupo Marave, a leste do lago Niassa - os Nhanjas

alguns núcleos de Angonis, ou melhor, de Angunizados, sem real significado demográfico.

O Eixo Zambeziano

Se descermos até ao Eixo Zambeziano, entraremos num verdadeiro arco-íris étnico a cuja decomposição vamos proceder de modo sumário. 
Do mar para o interior, deparamos com aqueles que os etnógrafos, na falta de melhor, designam pelo nome genérico de Complexo Zambeziano ou, de maneira mais restritiva, de Povos do Baixo Zambeze (900.000 em 1970). Compreendem, sobre um fundo Marave, a Norte, e Chona, a Sul, numerosos e variados contributos (Macuas-Lomués, Suahilis, Portugueses, Indianos, etc.) e formam um conjunto mais ou menos mesclado. Encontramos aqui também os Sena e os Chuabo.
Além deste complexo, notamos, a Norte de Tete, os Maraves orientais (200.000 em 1970) e os Angonis (30.000 em 1970) na fronteira do Malawi.


A Sul do Zambeze

Os Chonas 


 (765.000 em 1970) são os herdeiros de povos que edificaram reinos importantes, como o Estado dos Muenemutapa, e com os quais os Portugueses entraram em contacto muito cedo (século XVI). Esses agricultores sofreram muito, no início do século XIX, com as invasões dos Angonis. O Reino do Barué, reconstituído efémera e tardiamente, procurou catalizar toda a resistência a Sul do Zambeze, mas falhou. Os outros estados Chonas desempenharam, nos séculos XIX e XX, um papel pouco importante. Foram, durante mais de duas gerações, tributários de um estado secundário muito importante e interessante, nascido da expansão Angune: Gaza.

Os Angonis
Os verdadeiros Angonis são, em Gaza, em pequeno número, mas o seu poderio e os recursos humanos do seu estado (900.000 a 1.000.000) foram suficientes par manter a independência de facto até 1895. Gaza, estado multinacional (Chonas no Norte, Tsongas no Sul e Angunizados no Sul), seria o núcleo da resistência do Barué.

Os Tsongas 
(1.850.000) ocupam o Sul de Moçambique. São agricultores e pastores que sofreram de modo desigual a influência dos seus senhores ou vizinhos Angonis e dos Portugueses. Aqui, o factor determinante parece ter sido a atracção da África do Sul, para onde a emigração temporária em massa, há mais de um século, tivera consequências nas mentalidades, no nível de vida, na cultura, etc., mais intensas que em qualquer outro ponto de Moçambique. 

Os Chopes 
são hábeis agricultores que tiveram, já tarde, de sofrer as campanhas de exterminação dos Angonis e Angonizados de Gaza. A sua resistência aos Portugueses de Inhambane está, porém, bem atestada, mas foi anarquica. Mais tarde, forneceriam, nas mesmas condições que os Tsongas, o essencial dos trabalhadores migrantes para a África do Sul.

Os Bitongas
por vezes classificados entre os Chopes, nunca cessaram de estar sob a alçada dos Portugueses. Os Chopes e os Bitongas eram avaliados, conjuntamente, em 450.000 em 1970.
Este quadro esboçado em linhas gerais, revela pois, dez grupos etno-linguísticos distintos e mais um décimo-primeiro (o dos povos do Baixo Zambeze) que representa simplesmente, uma conveniência dos especialistas. 

Este quadro completa-se com a simples menção de uma décima segunda componente do povo Moçambicano: os Asiáticos, ou mais precisamente os Indianos. Alguns dos representantes e descendentes destes Indianos desempenharam um importante papel na história da comquista da Zambézia. Durante muito tempo, encontramo-los em todas as feitorias e também no mato, ao passo que o povoamento português era ainda essencialmente urbano (exceptuando os oficiais-administradores).

Línguas:
As línguas de Moçambique são todas de origem bantu, com exceção do português, que é a língua oficial, desde que o país se tornou independente, em 25 de junho de1975. O Ethnologue lista para Moçambique 43 línguas, compiladas abaixo, das quais 41 são línguas bantu, chamadas “línguas nacionais” na Constituição, e as restantes são o português e a língua de sinais.
De acordo com o censo populacional de 1997, as línguas mais faladas em Moçambique, como primeira língua (Língua materna) são a emakhuwa, com 26,3%, seguida da xichangana (11,4%) e da elomwe (7,9%).
Moçambique é um “Palop” (pertencente aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Duas das suas cidades, Maputo, a capital, e a Ilha de Moçambique são igualmente membros da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas, também conhecida como “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa”.
Moçambique, país que hoje possui o português como sua língua oficial, tem em sua historia  o domínio das dialéticas usadas pelos povos indígenas africanos , que por motivos desconhecidos saiam de suas localidades a busca de um novo local para se estabelecer, e encontraram na região Sul da África onde se localiza Moçambique. Os primeiros habitantes de Moçambique foram os Khoisam, que eram caçadores-coletores. Moçambique tinha uma região com fertilidade, e havia, portanto, condições para a fixação de povos caçadores-coletores e até agricultores.
Moçambique durante um longo período foi habitado por diferentes povos como, por exemplo, os San, Khoisan, Bosquimanos e Bantu, em determinados momentos. As informações sobre este país no período antecedente a colonização são poucas, mas é evidente que os antigos habitantes da região tinham hábitos semelhantes e preservavam a pratica da caça, e viviam do que encontravam. A base da economia dos habitantes era a agricultura , mas também tecelagem  e metalurgia encontravam-se  desenvolvidas, para suprir necessidades familiares e o comércio era em troca direta. A estrutura social era bastante simples – baseada em famílias de linhagem à qual era reconhecido  um chefe.
Com o tempo, o crescimento demográfico, novas invasões e principalmente com a chegada de mercadores, a estrutura social tornou-se mais complexa, com linhagens dominando outras e, formando-se verdadeiros estados na região. Moçambique apresentava situações adequadas para o mantimento dos povos que o habitam, um país que lhes dava possibilidade  de continuar seus costumes e hábitos, de história pouco conhecida no seu início.

Relação de línguas faladas em Moçambique

O=Oficial C= Reconhecida pelo Centro de Estudos de Línguas Moçambicanas (NELIMO)E=Alistada no Ethnologue 
Ethnologue: Languages of the World é uma publicação impressa e em linha do SIL International, uma instituição linguística de princípios cristãos que estuda principalmente línguas minoritárias para propiciar a seus falantes textos bíblicos em sua língua materna.
O Ethnologue contém estatísticas para mais de seis mil línguas (na 15ª edição de 2005) e fornece dados como números de falantes, localização geográfica, dialetos, genética, disponibilidade da Bíblia etc. Atualmente, constitui um dos mais amplos inventários de idiomas existente, junto com o Registro Linguasphere.


·        C Bitonga
·        C Cibalke
·        C Cicopi
·        E Cidema
·        C Cinsenga
·        C Cinyanja
·        C Cinyungwe
·        E Ciphimbi
·        C Cisena
·        E Citawara
·        E Citewe
·        C Citshwa
·        C Ciyao
·        E Echirima
·        C Echuwabo
·        E Ekokola
·        C Ekoti
·        E Elolo
·        C Elomwe
·        E Emaindo
·        C Emakhuwa
·        E Emanyawa
·        E Emanyika
·        E Emarenje
·        E Emarevoni
·        E Emeetto
·        E Emoniga
·        E Enathembo
·        E Esaaka
·        E Etakwane
·        C Isizulu
·        E Kimakwe
·        C Kimwani
·        C Kiswahili
·        O Português
·        C Shimakonde
·        C Siswati
·        C Xingoni
·        C Xirhonga
·        C Xitsonga





Crioulos:
Com relação às línguas crioulas, a literatura é um pouco maior, mesmo assim várias delas ainda estão por merecer uma descrição mais acurada e profunda. Mas é impressionante e extensa a lista de línguas crioulas que teriam no português a sua língua de base. Segundo nos informam Tarallo e Alckmin(1987), na Ásia os crioulos portugueses seriam classificados em três grupos:
1-o. Grupo: sino-português
2-o. Grupo: malaio- português
3-o. Grupo: indo-português
Destes, o mais numeroso foi o terceiro grupo – o da Índia – mas a maioria dessas línguas já está extinta.
Já na África, podemos, ainda segundo os mesmos autores, apontar:
1. Crioulos portugueses do golfo da Guiné
2. Crioulo português das ilhas de Cabo Verde
3.Crioulo português da Guiné-Bissau
4.Crioulo português do Senegal
Os que têm apresentado uma vitalidade maior são os do golfo da Guiné, nas Ilhas de São Tomé e Príncipe, e o de Cabo Verde. Nestes dois últimos casos, temos a língua crioula concorrendo com o próprio português, que é a língua oficial.
Do ponto de vista sociolinguístico, a grande questão que tais crioulos vivem diz respeito às condições de sua sobrevivência. Línguas altamente estigmatizadas, só recentemente têm sido recebidas e tomadas como símbolos de nacionalidade, ganhando escrita, literatura, gramáticas, que são instrumentos poderosos de promoção e difusão das línguas.

Indústria:
Verifica-se um grande desenvolvimento no setor industrial, principalmente nas áreas de processamento de produtos agrícolas, (para além dos têxteis e setor químico) visando à substituição de importações, e colocando a produção para o mercado externo. Para isso, o governo está reativando o Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia (FARE), condicionando o apoio e estimulo na criação do empresariado nacional. A concessão de créditos em boas condições aos pequenos empresários da agricultura, pesca e pequena indústria e o financiamento das cantinas rurais estão entre as medidas tomadas pelo Estado.
Tipos: Alimentos; Têxtil; Vestuário; Tabaco; Química; Bebidas (cerveja).

Bandeira

 Cinco cores que formalmente significam:
Verde: A riqueza do solo;
Branca: A paz;
Preta: O continente africano;
Amarela: Os recursos minerais;
Vermelha: O Sangue derramado na luta de resistência ao colonialismo, a Luta Armada de Libertação Nacional e a defesa da soberania;



2 – Os Símbolos


A Estrela: Representa a solidariedade entre os povos,
A Arma AK-47: Simboliza a luta armada e a defesa do país,
O Livro: A educação por um país melhor;
A Enxada: A agricultura;

3 – Curiosidades

·        A bandeira inclui uma imagem de uma AK-47 com uma baioneta anexada ao cano. É a única bandeira nacional no mundo a contar com um rifle tão moderno.
·        Ela é baseada na bandeira da Frente de Libertação de Moçambique e sofreu alterações com o tempo.
Os primitivos povos de Moçambique eram bosquímanos caçadores e recolhedores. As grandes migrações entre 200/300 DC dos povos Bantu de hábitos guerreiros e oriundos dos Grandes Lagos, forçaram a fuga destes povos primitivos para as regiões mais pobres em recursos. 
Antes do séc. VII, foram estabelecidos Entrepostos comerciais pelos Suahil-árabes na costa para trocar produtos do interior, fundamentalmente ouro e marfim por artigos de várias origens.

PENETRAÇÃO COLONIAL


No final do séc. XV há uma penetração mercantil portuguesa, principalmente pela demanda de ouro destinado à aquisição das especiarias asiáticas. 
Inicialmente, os Portugueses fixaram-se no litoral onde construíram as fortalezas de Sofala (1505), Ilha de Moçambique(1507). Só mais tarde através de processos de conquistas militares apoiadas pelas atividades missionárias e de comerciantes, penetraram para o interior onde estabelecerem algumas feitorias como a de Sena (1530), Quelimane (1544). O propósito, já não era o simples controlo do escoamento do ouro, mas sim de dominar o acesso às zonas produtoras do ouro. Esta fase da penetração mercantil é designada de fase de ouro. As outras duas últimas por fase de marfim e de escravos na medida em que os produtos mais procurados pelo mercantilismo eram exatamente o marfim e os escravos respectivamente. O escoamento destes produtos acabou sendo efetivado através do sistema de Prazos do vale do Zambeze que teriam constituído a primeira forma de colonização portuguesa em Moçambique. Os prazos eram uma espécie de feudos de mercadores portugueses que tinham ocupado uma porção de terra doada, comprada ou conquistada. A abolição do sistema prazeiro pelos decretos régios de 1832 e 1854 criou condições para a emergência dos Estados militares do vale do Zambeze que se dedicaram fundamental ao tráfego de escravos, mesmo após a abolição oficial da escravatura em 1836 e mais tarde em 1842. No contexto moçambicano as populações macúa-lómué foram as mais sacrificadas pela escravatura. Muitos deles foram exportadas para as ilhas Mascarenhas, Madagáscar, Zanzibar, Golfo Pérsico, Brasil e Cuba. Até cerca de 1850, Cuba constituía o principal mercado de escravos Zambezianos. 
Com o advento da conferência de Berlim (1884/1885), Portugal foi forçado a realizar a ocupação efetiva do território moçambicano. Dada à incapacidade militar e financeira portuguesa, a alternativa encontrada foi o arrendamento da soberania e poderes de várias extensões territoriais a companhias majestáticas e arrendatárias. Companhia de Moçambique e a Companhia do Niassa são os exemplos típicos das companhias majestáticas. Companhia da Zambézia, Boror, Luabo, sociedade do Madal, Empresa agrícola do Lugela e a Sena Sugar Estates perfazem o exemplo des de companhias arrendatárias. O sistema de companhias foi usado no Norte do rio Save. E, estas dedicaram-se principalmente a uma economia de plantações e um pouco do tráfego de mão de obra para alguns Países vizinhos. O Sul do Rio Save (províncias de Inhambane, Gaza e Maputo) ficaram sob administração directa do Estado colonial. Nesta região do País foi desenvolvida basicamente uma economia de serviços assente na exportação da mão de obra para as minas sul-africanas e no transporte ferro-portuário via Porto de Maputo. Estada divisão económica regional explica a razão da actual simetria de desenvolvimento entre o Norte e o Sul do País. 
A ocupação colonial não foi pacífica. Os moçambicanos impuseram sempre lutas de resistência com destaque para as resistências chefiadas por Mawewe, Muzila, Ngungunhane, Komala, Kuphula, Marave, Molid-Volay e Mataca. Na prática a chamada pacificação de Moçambique pelos portugueses só se deu no já no séc. XX.

A LUTA PELA INDEPÊNCIA
A opressão secular e o colonial fascismo português acabaria por obrigar o Povo moçambicano a pegar em armas e lutar pela independência. A luta de libertação Nacional, foi dirigida pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). Esta organização, foi fundada em 1962 através da fusão de 3 movimentos constituído no exilo, nomeadamente, a UDENAMO (União Nacional Democrática de Moçambique), MANU (Mozambique African National Union) e a UNAMI (União Nacional de Moçambique Independente). Dirigida por Eduardo Chivambo Mondlane, a FRELIMO iniciou com a luta de libertação Nacional a 25 de Setembro de 1964 no posto administrativo de Chai na província de Cabo Delgado. O primeiro presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane, acabaria por morrer assassinado a 3 de Fevereiro de 1969. A ele sucedeu Samora Moisés Machel que proclamou a independência do País a 25 de junho de 1975. Machel que acabou morrendo num acidente aéreo em M'buzini, vizinha África do Sul acabou sendo sucedido por Joaquim Alberto Chissano, que por sua vez foi substituido pelo actual Presidente Armando Emílio Guebuza.
A partir do início dos anos 80, o País viveu um conflito armado dirigido pela RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique). O conflito que ceifou muitas vidas e destruiu muitas infraestruturas economicas só terminaria em 1992 com a assinatura dos Acordos Gerais de Paz entre a o Governo da FRELIMO e a RENAMO. Em 1994 o País realizou as suas primeiras eleições multipartidárias ganhas pela FRELIMO que voltou a ganhar as segundas e terceira realizadas em 2000 e 2004.


ECONOMIA 
Cerca de 45% do território moçambicano tem potencial para agricultura, porém 80% dela são de subsistência. Há extração de madeira das florestas nativas. A reconstrução da economia (após o fim da guerra civil em 1992, e das enchentes de 2000) é dificultada pela existência de minas terrestres não desativadas. O Produto interno bruto de Moçambique estava estimado em US$ 8,132 bilhões, em 2007. Calcula-se que de uma população ativa de 8,4 milhões de pessoas, apenas 11,1% trabalham no sector formal.
Principais produtos agrícolas (dados de 2007)
·        algodão
·        cana-de-açúcar
·        castanha de caju
·        copra (polpa do coco)
·        mandioca.
Pecuária (dados de 2006)
·        bovinos (2,7 milhões)
·        suínos (400 mil)
·        ovinos (345 mil)
A pesca é reduzida - 71,4 mil t em 2006.
Minérios: carvão, sal, grafite, bauxita, ouro pedras preciosas e semipreciosas. Possui também reservas de gás natural e mármore.
Indústria: alimentos; têxtil; vestuário; tabaco; química; bebidas (cerveja).
O país tem um grande potencial turístico, destacando-se as zonas propícias ao mergulho nos seus mais de 2 mil km de litoral, e os parques e reservas de animais no interior do país. Para atrair investimentos estrangeiros, criou o Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN), junto ao porto daquela cidade, com acesso rodoviário, suprimento de energia elétrica, e com ligação por ferrovia até o vizinho Malaui.


POLÍTICA DE MOÇAMBIQUE
A Frelimo foi o movimento que lutou pela libertação e que dirige a política de Moçambique desde a independência, a 25 de Junho de1975. Em 1978, a Frelimo tornou-se num partido político marxista-leninista e Samora Machel ocupou a presidência do país, num regime de partido único, desde a independência até à sua morte em 1986.
Em 1990, foi aprovada uma nova constituição que transformou o estado numa democracia multipartidária. A Frelimo permaneceu no poder, tendo ganhado por quatro vezes as eleições realizadas em 1994, 1999, 2004 e 2009. A Renamo é o principal partido da oposição.
De acordo com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é presidencialista: o chefe de Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe desde 1985 o cargo de Primeiro Ministro, que pode dirigir as sessões do Conselho de Ministros na ausência do presidente.
O parlamento tem a designação de Assembleia da República e é constituído por 250 assentos.
Para além do Presidente da República e dos membros do parlamento, os presidentes e os membros das assembleias dos municípios e das províncias (desde 2009) são igualmente eleitos democraticamente, para mandatos de cinco anos.


Curiosidades
Etnias
 Faz parte da história de Moçambique, ser um porto de chegada de vários povos e culturas, destacando-se os povos Bantu da África Central, Árabes, Indianos e Europeus. Diversas zonas de comércio floresceram ao longo da costa de Moçambique, onde a influência Árabe, nos portos, era forte e o Swahili era a língua franca do comércio, negociando África, Oriente Médio, Ásia e Europa, o que originou uma mistura explosiva e positiva, o Povo Moçambicano.
Os povos Bantu que, não constituindo uma raça específica, mas um conjunto de grupos com uma cultura comum e uma linguagem similar está na origem das etnias dominantes e que se dividiram em vários subgrupos.
 O Norte de Moçambique, em grande parte, é a terra dos Macuas, que representam um terço da população do país. Possuem uma cultura matrilinear e um chefe detentor de todos os poderes. 
Entre os rios Zambeze e Save encontram-se os Shonas-Carangas, subdivididos em vários grupos e fortemente influenciados por séculos de contacto com comerciantes árabes e portugueses. 
No Sul dominam os Tongas. Têm uma família patrilinear com um grande chefe e chefes territoriais subalternos.
Além dos descendentes dos grupos Bantu, grupos com menos expressão, como sejam os Maravis, na Província de Tete; os Ngunes, no Sul; os Macondes, junto à fronteira Norte, existem as comunidades Swahilis-Árabes (mestiçagem entre Persas, Árabes e nativos Bantus, grupo Bantu Central Yao), os Indianos e Europeus dispersos por todo o país. 



Religião
O Cristianismo, na sua interpretação católica, foi introduzida em Moçambique pelos portugueses, no século XVI. O Cristianismo confunde-se com a história do Império Romano e com a história do povo Judeu. Na sua origem, o Cristianismo foi apontado como uma seita surgida do Judaísmo e terrivelmente perseguida. Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano 4 a.C., na pequena cidade de Belém, próxima de Jerusalém, os Romanos dominavam a Palestina. Os Judeus viviam sob a administração de governadores Romanos e, por isso, aspiravam pela chegada do Messias, como o enviado que os libertaria da dominação Romana. Até aos 30 anos Jesus viveu anónimo em Nazaré, cidade situada a norte de Israel. Aos 33 anos foi crucificado em Jerusalém, ressuscitando três dias depois. Em pouco tempo, três anos, reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando a sua doutrina e fazendo milagres. Para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, pois se autodenominava de Messias. Não tinha aparência e poder para ser o líder que libertaria a região da dominação Romana. Para os Romanos, era um agitador popular. Após ser preso e morto, a tendência era de que os seus seguidores se dispersariam e os seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contrário. Espalharam-se pelo mundo pregando a sua mensagem de amor, paz, restauração e salvação. Em Moçambique, a primeira igreja foi erguida em Sofala (1505), e dois anos depois outra na Ilha de Moçambique. Pouco depois foram construídas misericórdias e hospitais (Sena, Moçambique). A difusão do cristianismo em Moçambique foi sempre muito difícil, dada a permanente falta de missionários. Apenas a partir do século XIX, a Igreja Católica iniciou uma acção mais sistemática, quer no campo da evangelização, quer no campo educativo. Para tal fundou em Portugal o seminário de Cernache do Bonjardim destinado a formar sacerdotes seculares para África e o Oriente, tendo-se promovido a ida também de outros missionários religiosos de diversos institutos (Franciscanos, Jesuitas, padres do Espírito Santo, Salesianos, etc). Depois da Implantação República em Portugal (1910), esta ação decaiu bastante. Os republicanos, ativos combatentes do Catolicismo, não tardaram em restringir a ação da igreja, nomeadamente no campo educativo. Os Jesuítas são expulsos da região do Zambézia. Com a ditadura (1926), as relações entre o Estado e a Igreja melhoraram, o que possibilitou o desenvolvimento da missionação em África e a consolidação da sua organização. Após a Independência de Moçambique, em 1975, a Igreja Católica foi combatida pelo novo governo moçambicano, sendo nacionalizada a maior parte das suas escolas e outras instalações. O pretexto foi o da sua alegada ligação ao colonialismo português. A devolução destes recursos só começou a fazer-se depois do Acordo de Paz (1992) que pôs fim a uma longa guerra civil. O Catolicismo está disseminado por todo o país.
O Islamismo, iniciou a sua expansão no Séc.VII, d.C., quer para Oriente, quer para Ocidente. MUHAMMAD (S.A.W.), último Mensageiro de ALLAH (Deus), nascido em Meca, na Arábia, no ano 571 d.C., recebeu a revelação divina aos 40 anos em 611 d.C.. Este acontecimento marcou o início do seu trabalho como Mensageiro de ALLAH. O Povo de Meca nessa altura adorava ídolos. MUHAMMAD (S.A.W.) convidou-o para o Islamismo, alguns aceitaram, outros se recusaram, tornando-se inimigos dele. Ele continuou a pregar à mensagem divina e gradualmente o número de convertidos foi aumentando. No 12º ano da sua profecia em 622 d.C., emigrou de Meca para Madina. O Povo de Madina aceitou-o como líder e estabeleceu o primeiro Estado Islâmico em Madina. O Calendário Islâmico principia no primeiro dia da sua emigração. MUHAMMAD (S.A.W.) foi organizando os seus seguidores, para a difusão da mensagem de ALLAH, com muita paciência e prudência. Em pouco tempo, a mensagem do Islamismo, religião de paz, amor e tolerância, foi espalhada por toda a Arábia e vários países. Os Árabes iniciaram a sua campanha de conquista somente após a morte do Profeta em 632 d.C.. Damasco foi tomada em 635. A Mesopotânea em 637. Jerusalém, Bassorá e Ctesiphon em 638. Egipto e parte da Pérsia em 642. Líbia em 644 (Cartago). Tunis em 698. Cabul em 699. Tânger em 709. Em 711 entraram na Europa. No início do Séc.VIII, o poder muçulmano crescia também no Noroeste do Continente Africano. A sua difusão em Moçambique, sobretudo no norte e ao longo do litoral, ter-se-á feito através da costa, por intermédio dos Swahilis-Árabes (mestiçagem entre Persas, Árabes e nativos Bantus, grupo Bantu Central Yao). Até à 2º. Guerra Mundial o Islamismo circunscrevia-se ao litoral norte, com excepção de uma bolsa no Niassa (tribo dos Ajauas). A partir daí registou-se uma difusão para sul e interior do território, sendo o norte a região de maior implantação do Islamismo (tribos Macuas e Macondes). Quando rebentou a guerra de libertação, foi nesta região que a Frelimo teve a sua maior base de apoio entre a população. Nesta difusão do Islamismo teve um papel fundamental as confrarias sediadas na Ilha de Moçambique, mas também o clima criado pela reacção contra a cultura Ocidental produzido pelos movimentos pan-islâmicos e pan-africanos. Nos anos 1950 do século XX, o número de fieis rondariam os 600 mil. Nos anos 1960 assistiu-se a um rápido crescimento do seu número, registando-se em 1974 já um total de 1,2 milhões. Em 1982, segundo números oficiais estimavam-se em 2,249 milhões. O Islamismo está dissiminado por todo o país.

Diálogo Islâmico – Cristão

O Islamismo reconhece que foram revelados aos antigos Profetas vários Livros, Tora (Taura, em árabe), do Profeta Moisés, Salmos (Zuber), do Profeta David, Envagelho (Injil), do Profeta Jesus (Iça). O Livro sagrado dos muçulmanos, fonte primeira do exacto conhecimento do Islamismo, é o Alcorão. 
Cap. XXIX, versículo 46:  Não discutas com os adeptos do Livro (Cristão e Judeus), a não ser em termos honestos e moderados, salvo com aqueles que entre si praticam o mal. E diz (Ó Muhammad), "Nós cremos naquilo que nos foi revelado, assim como no que vos foi revelado antes; o nosso Deus e o vosso são Um e a Ele nos consagramos". 
Cap. II, versículo 62: Olha esses que creem (naquilo que ti foi revelado, ó Muhammad), e a esses que são Judeus ou Cristãos (Ahle Quitab), sequazes do Livro, todos os que creem em Deus e no último Dia, e que praticam o bem, por certo que receberão das mãos do Senhor a misericórdia.
O Concílio do Vaticano II, afirmou: Se, no decorrer dos séculos, numerosas dissenções e inimizades se manisfestaram, entre Cristãos e Muçulmanos, o Concílio a todos exorta, que se esqueça o passado, que se esforce sinceramente na mútua compreensão, que se proteja e se promova em conjunto, e para todos os homens, a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade.
Constituição Lumen Gentin" sobre a Igreja Cap. II, nº. 16: O plano de salvação envolve também aqueles que reconhecem o Criador, e os muçulmanos, que professam possuir a fé do Abraão e adoram o único Deus, Misericordioso, futuro Juiz da Humanidade no último Dia. 
Nostras Aetate, nº. 3, parte I: A igreja olha com estima os muçulmanos e que adoram o Único Deus, MisericOrdioso ... Buscam submeter-se de toda a sua alma ás ordens de Deus ... Embora não reconheçam Jesus como Deus, veneram-no como Profeta, honram a sua mãe, Maria, e chegam por vezes a invocá-la com piedade.


Nenhum comentário: