A língua é um organismo vivo que se modifica ao
longo do tempo. Palavras novas surgem para expressar conceitos igualmente
novos; outras deixam de ser utilizadas, sendo substituídas.
Na época das grandes navegações, Portugal
conquistou inúmeras colônias e o idioma português foi influenciado pelas
línguas faladas nesses lugares, incorporando termos diferentes como
"jangada", de origem malaia, e "chá", de origem chinesa. O
período renascentista também provocou uma série de modificações na língua, que
recebeu termos eruditos, especialmente aqueles relacionados à arte.
Os colonizadores portugueses, principalmente os
padres jesuítas, difundiram o idioma no Brasil. No entanto, diversas palavras
indígenas foram incorporadas ao português e, posteriormente, expressões
utilizadas pelos escravos africanos e imigrantes também foram adotadas. Assim,
o idioma português foi se juntando à família linguística tupi-guarani, em
especial o Tupinambá, um dos dialetos Tupi. Os índios, subjugados ou
aculturados, ensinaram o dialeto aos europeus que, mais tarde, passaram a se
comunicar nessa "língua geral", o Tupinambá. Em 1694, a língua geral
reinava na então colônia portuguesa, com características de língua literária,
pois os missionários traduziam peças sacras, orações e hinos, na catequese.
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Com a chegada do idioma iorubá (Nigéria) e do
quimbundo (Angola), por meio dos escravos trazidos da África, e com novos
colonizadores, a Corte Portuguesa quis garantir uma maior presença política.
Uma das primeiras medidas que adotou, então, foi obrigar o ensino da Língua
Portuguesa aos índios.
Desde o século XVI, época da formação do Português
moderno, o português falado em portugal manteve-se mais impermeável às
contribuições linguísticas externas. Já o Brasil, em decorrência do processo de
formação de sua nacionalidade, esteve mais aberto às contribuições linguísticas
de outros povos.
Ainda hoje o português é constantemente
influenciado por outras línguas. É comum surgirem novos termos para denominar
as novas tecnologias do mundo moderno, além de palavras técnicas em inglês e em
outros idiomas que se aplicam às descobertas da medicina e da ciência. Assim, o
contato com línguas estrangeiras faz com que se incorporem ao idioma outros
vocábulos, em sua forma original ou aportuguesados.
Atualmente, existem muitas diferenças entre o
português que falamos no Brasil e o que se fala em Portugal. Tais diferenças
não se limitam apenas à pronúncia das palavras, facilmente notabilizada na
linguagem oral. Existem também diferenças de vocabulário (só para citar um
exemplo, no Brasil dizemos "trem", em Portugal se diz
"comboio") e de construção gramatical (enquanto no Brasil se utiliza
uma construção como "estou estudando", em Portugal prefere-se a forma
"estou a estudar").
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