Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo
da vida, pela experiência. Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado
a outra pessoa, pois é subjetivo e inerente às habilidades de uma pessoa. A
palavra "tácito" vem do latim tacitus que significa "que cala,
silencioso", aplicando-se a algo que não pode ou não precisa ser falado ou
expresso por palavras. É subentendido ou implícito.
Uma das
referências teóricas para a noção de conhecimento tácito é Michael Polanyi1 (1891-1976). Este filósofo ajudou a
aprofundar a contribuição do saber tácito para a gênese de uma nova compreensão
social e científica da pesquisa. Este autor também estudou sua relevância para
os educadores.
Para
Polanyi (1966),
o conhecimento tácito é:
"espontâneo,
intuitivo, experimental, conhecimento cotidiano, do tipo revelado pela criança
que faz um bom jogo de basquetebol, (…) ou que toca ritmos complicados no
tambor, apesar de não saber fazer operações aritméticas elementares. Tal como
uma pessoa que sabe fazer trocos mas não sabe somar os números. Se o professor
quiser familiarizar-se com este tipo de saber, tem de lhe prestar atenção, ser
curioso, ouvi-lo, surpreender-se, e atuar como uma espécie de detetive que
procura descobrir as razões que levam as crianças a dizer certas coisas. Esse
tipo de professor se esforça por ir ao encontro do aluno e entender o seu
próprio processo de conhecimento, ajudando-o a articular o seu
conhecimento-na-ação com o saber escolar. Este tipo de ensino é uma forma de
reflexão-na-ação que exige do professor uma capacidade de individualizar, isto
é, de prestar atenção a um aluno, mesmo numa turma de trinta, tendo a noção do
seu grau de compreensão e das suas dificuldades.2 "
Isto se
deve ao fato de lidarmos com algo subjetivo, não mensurável, não escrito, quase
impossível de ser ensinado formalmente. Esse tipo de conhecimento parece ser
mais valioso devido a sua difícil captura, registro e divulgação, exatamente
por estar ligado ao indivíduo. É o que algumas pessoas chamam de verdadeiro
conhecimento. Podemos dizer que todos nós possuímos este conhecimento, mas é
difícil de explicá-lo e isto se deve à nossa experiência de vida, aos
conhecimentos que adquirimos com o passar dos anos, ou seja, é um conhecimento
que está dentro de nós. Possivelmente a melhor forma de transmiti-lo seja
através da comunicação oral, no contato direto com as pessoas, da convivência e
das interações com os grupos que participamos.
O
conhecimento tácito opõe-se ao conhecimento explícito, sistematizado, que pode
ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, etc. ou guardado em bases de
dados ou publicações. A palavra explícito vem do latim explicitus, particípio passado
de explicáre e significa "explicado,
declarado". Conhecimento tácito e explícito se relacionam e se completam.
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