segunda-feira, 15 de junho de 2015

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas


Período Composto se caracteriza por possuir mais de uma oração em sua composição.

Sendo Assim:

- Eu irei à praia. (Período Simples)
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor solar. (Período Composto).

Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corresponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as orações de um período composto: uma relação de coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)
Podemos dizer:

1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É desse tipo de período que iremos falar agora: o Período Composto por Coordenação.

Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos:
Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.

Coordenadas Assindéticas

São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.

Coordenadas Sindéticas

Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação:

As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:

 aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Vejamos exemplos de cada uma delas:
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivase, nem, não só... mas também, não só... como, assim... como.

- Não só cantei como também dancei.
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
- Comprei o protetor solar e fui à praia.

Orações Coordenadas Sindéticas Adversativasmas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.

Orações Coordenadas Sindéticas Alternativasou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes.
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.

Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivaslogo, portanto, por fim, por conseguinte, consequentemente.
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.

Orações Coordenadas Sindéticas Explicativasisto é, ou seja, a saber, na verdade, pois.
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
- Não fui à praia pois queria descansar durante o Domingo.


ERROS DE PORTUGUÊS QUE VOCÊ COMETE


1 – “Seja isso ou aquilo”

O termo “seja” não pode ser utilizado sozinho ou ligado a outra conjunção (como “ou”) em uma conjunção coordenativa alternativa. Traduzindo: sempre que utilizar “seja” para exemplificar alguma coisa, lembre-se de que é necessário duplicar o termo. Veja o exemplo.
Correto: Seja uma vez por semana, seja todos os dias, o importante é manter a frequência de publicações no seu blog.
Incorreto: Seja uma vez por semana ou todos os dias, o importante é manter a frequência de publicações no seu blog.

2 – Usar “onde” sem se referir a lugar

O pronome “onde” expressa a noção de lugar, portanto, é preciso tomar cuidado para não utilizá-lo em contextos diferentes. Quando não houver indicação de lugar, prefira utilizar “em que” ou “no qual” e suas variações.
Correto:  O conteúdo acompanha esse novo comportamento, em que empresas e consumidores estão em pé de igualdade, trocando informações e experiências.
Incorreto:  O conteúdo acompanha esse novo comportamento, onde empresas e consumidores estão em pé de igualdade, trocando informações e experiências.

3 – Mistura dos pronomes “tu” e “você”

Não é raro encontrar textos que misturam esses dois pronomes nas suas diferentes formas. Porém, é preciso escolher um deles e mantê-lo em todo o texto, sem alternância.  Ao utilizar “você”, evite as formas “te”, “teu” e demais variações do pronome “tu”. No português brasileiro, o mais indicado é utilizar sempre a forma “você”, já que o “tu” traz uma ideia de regionalismo que não é adequada para textos que atingem um público geral.
Correto: Pensando em começar uma estratégia de marketing de conteúdo? Preparamos esse post para tirar suas dúvidas e ajudar você a começar.
Incorreto: Pensando em começar uma estratégia de marketing de conteúdo? Preparamos esse post para tirar suas dúvidas e te ajudar a começar.

4 – Mesmo

É muito comum encontrar a palavra “mesmo” sendo utilizada como pronome pessoal. Porém, apesar de a palavra poder ser usada de diversas formas, esta não é uma delas. O termo “mesmo” pode ser usado pronome demonstrativo, substantivo ou adjetivo. Confira alguns exemplos:
Correto: Ao entrar em contato com o cliente, não espere que ele o responda em menos de 24 horas.
Incorreto: Ao entrar em contato com o cliente, não espere que o mesmo o responda em menos de 24 horas.
Outras possibilidades corretas de uso:
·        70% do processo de compra acontece antes mesmo de o cliente entrar em contato com a empresa
·        Ao mesmo tempo que ter uma boa frequência de atualizações é importante, é preciso prestar atenção no conteúdo.
·        Mesmo que algumas pessoas não acessem o seu blog todos os dias, mantê-lo atualizado é a melhor forma de aumentar o número de visitantes.
·        O objetivo é atender aos mais diversos segmentos de mercado com o mesmo nível de conhecimento em todas as áreas.

5 – “vir de encontro a” e “ir ao encontro de”

Essas duas expressões, por serem muito parecidas, costumam gerar bastante confusão, porém, seus significados são opostos. Por isso, é preciso ter cuidado: “ir de encontro a”  significa “ir contra algo”, “bater”, “colidir”, enquanto que “ir ao encontro de”  expressa acordo, concordância.
Exemplo de concordância: Os interesses profissionais de um redator web vão ao encontro dos do cliente que encomenda um conteúdo.
Exemplo de discordância: O texto redigido pelo redator foi de encontro à proposta de pauta do conteúdo.

6 – “a longo prazo”

Algumas pessoas se confundem com expressões comuns do nosso dia a dia. Portanto, lembre-se: sempre utilize “em longo prazo” e “entrega em domicílio”. Evite o uso da preposição “a” nesses casos e, na dúvida, não deixe de consultar uma fonte confiável para evitar o erro.
Exemplo: A estratégia de marketing de conteúdo do cliente gera resultados eficazes em longo prazo.

7 – “Adéqua”

Apesar de ser muito usada, essa flexão do verbo “adequar” ainda não é aceita pela norma culta da língua portuguesa. Portanto, enquanto não é feita uma nova reforma no nosso idioma que aceite essa palavra, prefira utilizar a construção “não é adequado” ou algum sinônimo para que a qualidade do seu texto não caia.
Correto: Aquela sugestão de pauta não é adequada para a estratégia do cliente.
Incorreto: Aquela sugestão de pauta não se adéqua à estratégia do cliente.

8 – O verbo lembrar e suas variações

O verbo “lembrar” é cheio de peculiaridades que fazem com que seja fácil se confundir e cometer algum deslize. Isso acontece porque o verbo pode ser transitivo direto, transitivo indireto ou ainda transitivo direto e indireto ao mesmo tempo, o que significa que o complemento muda de acordo com a situação. Veja alguns exemplos:
Lembrar-se de: quando utilizar o verbo no sentido de “vir à memória”, sempre utilize o pronome adequado e a preposição “de”:
Exemplo: Lembre-se de que é necessário inserir um call to action no fim do texto!
Lembrar: quando o verbo “lembrar” for utilizado com o sentido de “ser parecido” não exige preposição.
Exemplo: O estilo de escrita do redator lembra os textos de Machado de Assis.
Lembrar: no sentido de “informar” ou “advertir” alguém, o verbo pede um pronome oblíquo e a preposição “de”:
Exemplo: O redator recebeu um e-mail lembrando-o de finalizar o conteúdo.
Nunca saberemos tudo que há para saber sobre um idioma, afinal, a língua é viva e está em constante transformação. Porém, um bom redator está sempre tentando ser a melhor versão de si mesmo e a forma mais eficaz de lidar com problemas linguísticos e adquirir conhecimento é lendo, estudando e buscando tanto se aprofundar no que sabe quanto conhecer novos assuntos.


domingo, 14 de junho de 2015

SAIBA USAR CORRETAMENTE A VÍRGULA





1. Use a vírgula para separar elementos que você poderia listar

Veja esta frase:

João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.

Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:
Foram almoçar:
§  João
§  Maria
§  Ricardo
§  Pedro
§  Augusto

Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase original:

João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar.

Note que antes de “e Augusto” não vai vírgula. Como regrageral, não se usa vírgula antes de “e”. Há um caso específico que eu explico daqui a pouco. Um outro exemplo:
A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores… (Teixeira de Pascoaes)
2. Use a vírgula para separar explicações que estão no meio da frase

Explicações que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem ser separadas por vírgula. Exemplos:
Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje.
Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classificar sintaticamente o trecho, seria umaposto.
Eu e você, que somos amigos, não devemos brigar.
O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre vírgulas. A classificação do trecho seriaoração adjetiva explicativa.
3. Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase.

Quando um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros — iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se o adjunto adverbial antecipado. Exemplos:
Lá fora, o sol está de rachar!
“Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.
Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.
“Semana passada” indica tempo. Adjunto adverbial de tempo.
De um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas.
“De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso vai vírgula.
4. Use a vírgula para separar orações independentes

Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto. Nós já vimos um tipo dessas, que são as orações coordenadas assindéticas, mas também há outros casos. Vamos ver os exemplos:
Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria. (A. de Alcântara Machado)
Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são coordenadas assindéticas.
Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.
Capiche? Antes de todas essas palavras aí, chamadas de conjunções adversativas, vai vírgula. Pra quem gosta de saber os nomes (se é que tem alguém), elas se chamam orações coordenadas sindéticas adversativas. (medo!)

Agora só faltam mais duas coisinhas:
Quando se usa vírgula antes de “e”?

Vimos aí em cima que, como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Tem só um caso em que vai vírgula, que é quando a frase depois do “e” fala de uma pessoa, coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim:
O sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha)
Note que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo:
A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (F. Namora)
Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.
Existem casos em que a vírgula é opcional?

Existe um caso. Lembra do item 3, aí em cima? Se a expressão de tempo, modo, lugar etc. não for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da velocidade que você quer dar para a frase. Exemplos:
Depois vamos sair para jantar.
Depois, vamos sair para jantar.
Geralmente gosto de almoçar no shopping.
Geralmente, gosto de almoçar no shopping.
Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.
Semana passada todos vieram jantar aqui em casa.
Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase também fica correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, dificilmente algum professor dará errado se você omitir a vírgula.
Não se usa a vírgula!

Com as regras acima, pode ter certeza de que você vai acertar 99% dos casos em que precisará da vírgula. Um erro muito comum que vejo é gente separando sujeito e predicado com vírgulaIsso é errado, e você pode ser preso se for pego usando!
Jeito errado:
João, gosta de comer batatas.
Alice, Maria e Luíza, querem ir para a escola amanhã.
Jeito certo:
João gosta de comer batatas.
Alice, Maria e Luíza querem ir para a escola amanhã.



sábado, 13 de junho de 2015


O SER PROFESSOR


O PROFESSOR SEMPRE ESTÁ ERRADO!


   

Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta às aulas, é um "Caxias".
Precisa faltar, é "turista"
Conversa com outros professores, está "malhando" os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances dos alunos.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole".

É, o professor está sempre errado mas,
se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!



    


segunda-feira, 1 de junho de 2015

SEGUE EM ANEXO OU SEGUE ANEXO?




Há uma diferença entre anexo (substantivo) e anexo (adjetivo)! Como essa altercação não é esclarecida, as dúvidas quanto ao uso continuam a aparecer!


A discussão é muito mais de ordem sintática, ou seja, da disposição dos termos em um determinado período, do que semântica, pois o termo anexo só tem um significado sinonímio: ligado, preso, ajuntado!

Vejamos: em “Os relatórios vão anexos” é quase o mesmo que dizer “Os relatórios estão anexos”, não é mesmo? Nesses casos, anexo é um adjetivo e, portanto, concorda em gênero (masculino) e número (plural) com o substantivo a que se refere (relatórios).

Logo, se adjetivo, “anexo” concorda com seu substantivo correspondente:

Os comprovantes seguem anexos à planilha de contas.
lista de convidados foi enviada anexa ao orçamento desejado.

Nos casos em que anexo for substantivo, tornar-se-á invariável e sim, é verdade, poderá ser acompanhado da preposição “em”!

Para você não se confundir, tenha em mente que quando anexo for substantivo estará indicando que as informações desejadas estão dentro de um anexo, ou seja, do objeto que foi utilizado para envio dos dados. Observe:

João, as sugestões de convites estão em anexo!

Ou 

João, as sugestões de convites estão no anexo!


Se ainda estiver em dúvida, é só tomar a pergunta “Onde?” em relação ao substantivo:

As fotos estão onde? Respostas: Em anexo! Ou No arquivo anexo ao e-mail!